Organizações e clubes [dentro do campus]

Uma das coisas que eu sempre via em filmes e estava muito curiosa pra conhecer eram os clubes e as organizações, tão famosos nas escolas norte-americanas.

Na sexta passada o campus estava agitado, pois era o dia da apresentação desses grupos aos calouros. Tinha comida, suco e muito barulho e todos queriam mostrar o que tinham de melhor na tentativa de atrair possíveis filiados.

Encontrei de tudo um pouco – organização dos atletas, clube de matemática, coral, clube de animação japonês, clube de boliche, time de dança, clube de psicologia, associação de proteção aos animais, etc.

É claro que também encontrei o pessoal das “fraternities” and “sororities”, as fraternidades e irmandades gregas que existem dentro e fora do campus. Na hora não teve como… lembrei do filme Legalmente Loira e das amigas patricinhas da atriz principal que faziam parte desse tipo de irmandade. Na verdade a coisa é bem mais interessante do que parece. Esses grupos são super tradicionais e antigos e são comuns nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

Aqui no colégio são seis grupos de garotos e garotas que se ajudam e possuem como objetivos - um maior engajamento na sociedade, o desenvolvimento da liderança e a excelência acadêmica.  Existem seis casas fora do campus onde eles moram que são identificadas por letras gregas.

Fraternidades - Alpha Tau Omega (ATΩ), Delta Tau Delta (ΔTΩ) e Lambda Chi Alpha (ΛΧΑ)

Irmandades - Alpha Xi Delta (ΑΞ Δ), Chi Omega (ΧΩ) e Sigma Kappa (ΣΚ)

Se vocês estão pensando em eu me tornei uma “Alpha” ou “Kappa” se enganaram. Ainda não foi dessa vez. Mas, reconheço que meu pré-conceito foi quebrado - esses grupos não são compostos de loiras lindas burras e saradões sem cérebro e têm conteúdo sim.

Eu entrei no grupo InterVarsity Christian Fellowship - Amigos cristãos universitários. Depois de conversar bastante com o pessoal pensei que isso ia me fazer bem e me convenci. O objetivo desse grupo é construir amizades entre os alunos e ajudá-los a se integrarem ao campus com uma postura ética e aberta às diversidades. Para isso são feitas reuniões em grupo, estudos da Bíblia e outros eventos sociais [como um churrasco que tivemos no final de semana!]. Não importa a religião, basta ser seguidor de Jesus Cristo.

Ontem fui na primeira reunião e me senti muito bem. Falamos um pouco de nós mesmos e pude conhecer as outras pessoas que fazem parte do grupo há mais tempo. Me senti acolhida e senti que se precisar de alguma coisa aquelas pessoas [talvez até por questões éticas, já que estão num grupo que prega o amor ao próximo… bom não importa!] vão estar ali para me ouvir e me ajudar. Quanto mais pessoas amigas, melhor! E já era hora de sair totalmente do casulo, hehe!

Ganhamos um chaveiro que serve como nossa identificação.

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As iniciais em grego correspondem a IXΘΥΣ, que são as iniciais de “Jesus Cristo, Deus Filho Salvador” e também formam a palavra peixe em grego. Por isso, o peixe foi escolhido pelos primeiros cristãos como sua marca. Era uma forma de se mascarar e evitar de ser perseguido e/ou morto.

Tá vendo?! Aqui além de saudade também tem cultura! Hehe!

Weekend!

domingo, 29 de agosto de 2010 18:03 Postado por *Renata Gianotto 9 comentários

Mais um final de semana se foi e eu estou me preparando para minha terceira semana aqui.

Fiz mais algumas amizades no “churrasco” de sexta à tarde [as aspas são para expressar minha indignação, pois o que temos aqui não é churrasco de verdade!], fui no cinema com a Camila no sábado e  assisti Homem de Ferro II na sessão “Outdoor Movie” aqui no colégio. Foi bem legal, pois eles colocaram um telão no gramado e o pessoal chegava super preparado para a sessão carregando cadeiras de praia, cobertores e travesseiros… uma das coisas bem típicas daqui.

A ida no cinema a tarde foi uma aventura. Rendeu boas risadas quando imaginávamos o que as pessoas estavam pensando da gente – quem são essas duas loucas atravessando essas avenidas perigosas? Uma numa cadeira chiquésima motorizada, mas às vezes desgovernada (haha!) e a outra atrás, cheia de sacola tentando guiar a amiga e evitar os solavancos e um possível capote! Foi hilário!

O esforço valeu muito a pena. Assistimos Eat Pray Love (do livro Comer Rezar Amar, de Elizabeth Gilbert) com a Julia Roberts. Foi o máximo ouvir Tom Jobim de trilha sonora e ter um personagem brasileiro no filme. A coisa ruim foi lembrar de você (amor!) em todos os momentos!!!

Nota:

O verão aqui é super valorizado. As pessoas aproveitam o final de semana para fazer churrascos, piqueniques, praticar esportes, se divertir. Acho que eles ficam felizes de poder ficar com menos roupa e usar chinelo.

Nessa semana eu estava voltando para o meu dormitório e vi duas meninas sentada sob uma árvore estudando. E não é que eu fiquei com vontade daquilo?! Acho que estou é com medo do frio e quero curtir bastante o calor do sol ao ar livre.

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**Beijo especial pra Pri! Parabéns minha querida por mais essa etapa cumprida. Você sabe que eu gostaria muito de ter compartilhado esse momento com você… Felicidades! Tenho absoluta certeza que você vai mergulhar de cabeça nesse novo desafio e será uma brilhante profissional.

Atendendo aos pedidos: eu, a velhinha e a louca no Walmart!

Recebi algumas mensagens pedindo que eu contasse o acontecimento de domingo. De fato, foi bem engraçado e eu concordei que merecia um post aqui.

Tudo aconteceu no domingo à tarde quando decidi que precisava fazer algumas compras no nosso super e querido Walmart. Eu ia seguir a dica da Camila e aproveitar pra comprar um cobertor [porque no inverno ficaria mais caro!] e queria comprar também algumas coisas pra comer, porque nos finais de semana o restaurante tem horas flexíveis e eu perdi hora algumas vezes tendo que dormir com fome [Ai, coitada!].

Eu me empolguei e acabei enchendo o carrinho de porcaria – cookies, Doritos, chocolate, chá verde [pelo menos uma coisa saudável!], pão, manteiga de amendoim e geleia [só depois vi que tinha exagerado… tenho pra quem puxar né mãe?!] – enfim, estava pesado demais pra voltar caminhando. Decidi chamar um taxi. Além de não conseguir carregar aquele monte de coisa, às 17h ia acontecer o churrasco de confraternização dos calouros e eu queria ir dar uma espiada pra comer e conversar.

Olhei no relógio: 15h15min. Eu teria tempo de sobra pra esperar o táxi, arrumar as coisas no quarto, tomar banho e ir ao churrasco. Eu mal sabia o que ia acontecer, hehe!

Sentei lá fora do supermercado pra esperar o taxista chegar. Uns cinco minutos se passaram quando uma senhora chegou empurrando seu caminho e sentou-se do meu lado. Mrs. Fran Flanders, 87 anos, simpatissíssima. Em dez minutos me contou praticamente a vida inteira dela – 16 pessoas da família dela tinham se graduado no Marietta College; ela tinha dois filhos; morava com uma enfermeira que cuidava dela; estava revoltada que um dos filhos tinha decidido que ela não tinha mais idade para dirigir e a proibiu de fazê-lo no começo do ano [muito sensato na minha opinião!] e agora ela sempre dependia de algumas pessoas pra levá-la onde quisesse ir.

Os minutos passaram e eu avistei meu táxi chegando. Eu ia me despedindo quando ela disse:

- Fique aqui querida. Os táxis abusam muito e os preços são muito altos. Você pode ir comigo. Minha amiga está aqui no supermercado e vai me levar pra casa. Ela não vai se importar em te levar ao colégio, fica no nosso caminho.

Nessa altura do campeonato eu já tinha contado a ela que era aluna do Marietta College e que era brasileira e fiquei feliz com a possível carona porque sou uma muquirana e não queria gastar muito dinheiro. Além disso sou uma ótima pessoa e não ia deixar uma velhinha [tão atrapalhada!] sozinha ali naquele banco.

O taxista chegou e ficou passando, passando e eu fingindo que não era comigo. Mrs. Flanders abriu um pacotinho de bolacha salgada e ficamos lá conversando, esperando a tal da amiga. Eu não sabia o que esperar, mas ela já tinha me preparado avisando que a mulher era uma ex-médica. "Ex médica?!", eu pensei. Seria como eu, uma ex-dentista? Não! Muito pior! A licença dela havia sido caçada porque ela teve sérios problemas com drogas. Meu Deus! Tudo bem, estava tudo sob controle. Mrs. Flanders me assegurou que ela já estava recuperada: “Se ela não estivesse bem eu não estaria indo de carona com ela, né meu bem?!”. Eu sorri, daquele jeito meio amarelo. Já tinha aceitado mesmo, então não tinha muito o que fazer.

Olhei no relógio e vi que já eram 16h. Quase uma hora esperando... eu já estava ansiosa e sem saber o que fazer. O taxista já tinha desistido de esperar e fora embora. Decidi entrar no supermercado e anunciar o nome da figura – "Dra. Penny, de Penelope", explicou Mrs. Flanders. Mais uns 20 minutos se passaram e uma moça veio avisar que a "doutora" estava lá dentro nos esperando.

Ai, que cena bizarra! A mulher deve ter uns 50 anos, tem uma cara de rabugenta e está muito acima do peso. Estava sentanda num daqueles carrinhos motorizados esperando o moço carregar toda a compra dela até o carro! Nem olhou na cara da senhorinha… foi andando e gritando: “Fran, nunca mais te trago comigo. Você sumiu e só me deu trabalho!”.

Comecei a ficar com medo, mas não ia abandonar o barco naqueles últimos momentos. A mulher, com toda sua lentidão, foi buscar o carro e demorou mais uns 20 minutos pra colocar suas compras dentro[eu juro!!!]. Parou o carro e me olhou com uma cara de nojo, dizendo:

- Eu não vou levar você. Eu não levo estranhos no meu carro.

Meu queixo caiu. Minha cara acho que ficou roxa, talvez de raiva, talvez de desespero. Mrs. Flanders quase começou a chorar dizendo que eu tinha feito companhia pra ela, que eu tinha perdido meu táxi, etc, etc. Eu falei "Sem problemas, foi um prazer Mrs. Flanders", com uma vontade de pular e dar uns tapas naquela infeliz. Eu devo ter falado isso com cara de piedade, porque ela me olhou de novo, pediu para eu esperar, pensou por mais uns cinco minutos e ainda com rancor no olhar, ordenou: “Entra no carro”.

Eu tentei achar um espaço pra sentar, porque o carro estava uma bagunça [de um jeito que eu nunca vi!!!]. Dra. Penny, com absoluta certeza, é bipolar, pois durante o caminho ela puxou conversa e me deixou na porta do dormitório, me ajudando a carregar as coisas.

No segunda-feira recebi um email de uma pessoa da faculdade perguntando se era eu a brasileira que havia ajudado uma senhora no Walmart, pois ela tinha ligado me procurando para agradecer novamente, mas não se lembrava do meu nome. Ela tinha passado o celular e pediu para que eu entrasse em contato.

Hoje eu liguei. Não consegui entender muita coisa, mas sei que ela me convidou para um almoço. Pediu para que eu ligasse no sábado novamente para tentar marcar alguma coisa.

Vamos ver… ainda não decidi se vou ou não. Se eu for, com certeza teremos mais cenas bizarras no próximo capítulo!

Aulas, finalmente!

Domingo fui à missa aqui. St. Mary é uma igreja católica que fica próxima do colégio e fui agradecer por todos esses dias aqui, pedir pela proteção de todos que eu AMO e que estão longe e buscar mais força porque as aulas iam começar na segunda-feira.

A igreja foi reformada recentemente e é linda, por isso fiz questão de compartilhar algumas fotos. Foi engraçado porque ao mesmo tempo que a sequência da missa é a mesma, eu não sabia nenhuma das orações em inglês. Rezei baixinho em português - o credo, o pai-nosso – até que chegou a hora da “paz de Cristo”. Eu não sabia o que eles falavam um para os outros e fiquei mexendo os lábios fingindo que estava dizendo alguma coisa e ao mesmo tempo tentando entender o que eles diziam. Depois do quarto aperto de mão consegui descobrir. Se alguém for passar por uma situação parecida um dia, não esqueça: diga “peace be with you”!

Podem me chamar de nerd [eu sou mesmo, ué!], mas eu não via a hora de começar a estudar de novo, sugar as informações, sentir aquela sensação de desafio, de estar aprendendo coisas novas… porém, na minha super imaginação as aulas daqui não seriam tão diferentes das do Brasil.

Logo na minha segunda aula percebi que seria impossível dar conta de tudo. Eu estava com 15 créditos e em todas as aulas os professores dão homework -leitura, relatórios, estudar para um quizz [É, aqui é bem comum o tal do quizz!]. Imaginem! Eu tenho que entender o que o professor fala [porque são muitas palavras técnicas e específicas], raciocinar em português, procurar as palavras que eu não sei… eu ia ficar louca. Decidi trancar uma matéria e fiquei mais aliviada.

Mesmo assim tenho um capítulo de 20 páginas pra ler pra amanhã e olha onde eu estou?! Hehe… escrevendo no blog. É bem mais atraente ficar escrevendo horas aqui do que me concentrar e focar no inglês… às vezes minha cabeça entra em parafuso!

P.S.: Para os que estão preocupados com minhas emoções, aí vai uma boa notícia: estou me sentindo mais inserida no ambiente agora. Não estou mais me sentindo excluída como antes. Semana passada fui em vários eventos e consegui conversar e fazer algumas amizades – tivemos um passeio de barco [pasmem! Fiquei sabendo que custou USD10.000,00 para a faculdade], um bingo [onde eu ganhei uma agenda e um vale USD20,00 na livraria] e um “pseudo-churrasco”.

Um dos diferenciais dos Estados Unidos [A educação]

sábado, 21 de agosto de 2010 21:21 Postado por *Renata Gianotto 6 comentários

Essa semana os calouros norte-americanos chegaram e tivemos alguns eventos de boas-vindas.

Duas palestras  me chamaram atenção: a primeira foi com o Dr. Jamie Washington, especialista em engajamento e motivação de pessoas. Ele foi convidado para falar com os novos alunos sobre a importância da diversidade dentro da comunidade e sobre a constante busca do crescimento dentro do novo ambiente, que é a faculdade. Todos foram convidados a quebrar paradigmas e outros tipos de barreiras através de uma dinâmica realizada no final da palestra.

Estávamos em mais ou menos quatrocentas pessoas no ginásio de esportes e ele falava: “Se você se identifica como norte-americano, por favor, levante-se.” As pessoas levantavam, todos em total silêncio, ele agradecia e todos se sentavam. “Se você se identifica como descendente de latino-americanos, por favor, levante-se”. Ninguém era obrigado a levantar e dividir sua situação com ninguém. E assim foi até a coisa ficar muito intensa e as pessoas continuaram a levantar: “Se você já sofreu algum tipo de violência em casa, seja emocional ou física, por favor, levante-se. Se você se identifica como homossexual, por favor, levante-se. Se você alguma vez já se sentiu excluído por estar acima do peso, levante-se. Se você já tentou cometer suicídio, por favor, levante-se.” Meu Deus, foi realmente chocante e muito emocionante. Fiquei com vontade de chorar em vários momentos e então ele falava: “Respire fundo” e aquele silêncio pairava no ar novamente.

Serviu para percebermos que estávamos num ambiente de imensa diversidade, mas que independente disso, podíamos encontrar alguém ali com quem nos identificar.

A outra foi ministrada por Delatorro McNeal, autor de cinco livros e famoso aqui nos Estados Unidos por aparecer em canais de TV como Fox News. Ele falou sobre 12 princípios fundamentais que deveríamos seguir durante os anos na faculdade, mas que na minha opinião, são fundamentais pra ter sucesso na vida também.

Eu registrei alguns trechos:

Ele citou Einstein: All success begin in the MIND. It starts with the way you THINK” -  “Todo sucesso inicia na mente. E começa a partir do modo como você pensa”

”Talk about win/lose is wrong. In life, we win or learn and both are positive” - “Falar sobre ganhar/perder é errado. Na vida, nós ganhamos ou aprendemos e ambos são coisas positivas”

Perception

“O que mais importa é como você vê você mesmo”

“Make personal growth a priority in your life” - “Faça do crescimento pessoal uma prioridade na sua vida”

Be grateful to those who get you this far. Make your parents proud!” - “Seja grato àqueles que permitiram que você chegasse longe. Faça seus pais se sentirem orgulhosos!”

Em nenhuma das faculdades que eu fiz aí no Brasil eu tive uma semana assim, de integração, orientação e motivação. Eu percebi o quanto a educação é considerada importante e fundamental aqui. Entendo que os países possuem culturas diferentes, mas entendi também que não é à toa que os Estados Unidos possuem a sua atual posição de liderança. Eles buscam estimular o comprometimento e a formação de líderes conscientes, diferente do que acontece no Brasil. Aqui na faculdade, provavelmente 90% dos alunos estão envolvidos em algum tipo de atividade acadêmica ou algum tipo de programa de liderança [como voluntários!].

Não tem como não sentir uma pontinha de inveja, afinal, eu gostaria que no país também fosse assim. O que pude fazer foi tirar o chapéu e aplaudir a atitude deles em pé.

Eventos da semana de integração

As aulas vão começar na segunda-feira, então, ontem fui me encontrar com o Dr. Danford, meu advisor (orientador), para escolhermos juntos as matérias que vou fazer. Deu tudo muito certo e eu já tenho meu horário: Spanish – Conversation and Composition; Business in the global context; Business Ethics; English – Fundaments of Oral Communication e Issues of International Politics. Consegui me inscrever também na aulas de Aerobic Running… com a comida gostosa e nem um pouco saudável daqui, vai ser bom gastar um pouco de calorias.

Ontem teve também uma noite cultural no The Gathering Place, que fica aqui na faculdade mesmo. Foi mais um evento da semana de integração para reunir os alunos internacionais que estão chegando e os alunos que já estudam aqui. Todos foram muitooo simpáticos e gentis vindo se apresentar pra gente. O mais legal foi poder falar português com o Dr. Perucci, que é um dos professores diretores daqui e é brasileiro.

O mais engraçado foi ver a animação do pessoal [a prova está no vídeo que mostra a quantidade de gente dançando Macarena!] e o show do meninos da Arábia Saudita, que dançaram lá no palco. Tive um dejà vu lembrando do Raj dançando para a Maya no caminhos das Índias… era meio parecido, hehe!

Hoje fomos no The Wilds, um lugar gigantesco, um zoo ao ar livre. É um passeio que imita um safari na África. Foi bem legal! Eu não imaginava que podia existir um espaço daquele tamanho no meio do Estado de Ohio.

O que eu mais gostei?! Ah, com certeza as girafas. Elas são umas fofas e não teve como não lembrar do Melman do Madagascar. Elas são muito desengonçadas quando correm!

Let´s go shopping!

E não é que o tempo passa rápido mesmo?! Já estou aqui há 5 dias e estou me sentindo melhor. Não é pra menos né… fomos fazer compras ontem num shopping [chamar aquilo de shopping é apelido!] e como acontece com a maioria das mulheres, gastar um pouco de dinheiro me serviu de consolo.

Fomos no Easton, em Columbus [quem quiser dar uma olhada, é lindo!], e como o próprio sloggan diz: “Close to home. Far from ordinary”, ou seja, “Perto de casa. Longe de ser comum.”

Eu precisaria de uma semana lá pra ver tudo o que eu queria com calma, então, com certeza voltarei numa próxima vez. Passei quase duas horas na Barnes & Noble me deliciando com aqueles três andares de livros, cadernos, presentes e outros milhares de artigos de papelaria dos sonhos [ou pelo menos dos meus sonhos, hehe!]. Depois fui na loja da Apple onde comprei meu super Ipad [nem acredito!] e na loja da Sony paquerar os Sony VAIO.

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Nesses quatro dias eu chorei várias vezes sentindo saudade e vontade de estar em casa. Mas, estou cada dia melhor e buscando aproveitar cada momento. Ainda não fiz nenhum amigo [o que é praticamente impossível em tão pouco tempo], mas encontrei pessoas dispostas a me ajudar quando for preciso [a foto acima mostra algumas delas], que são muito gentis e que fazem aquela solidão ir embora.

A webcam e o Skype têm quebrado alguns galhos, mas não é nada comparado com o “ao vivo e a cores”. Aquela vontade de abraçar parece às vezes incontrolável. Por isso, a vocês que eu amooooo, que estão aí no Brasil, que estão me escrevendo no blog e me enviando emails, um beijo enorme cheio de saudade! Parece clichê, mas quando a gente está longe de tudo e de todos é que sentimos o tamanho do nosso amor e do nosso carinho pelas pessoas com quem convivemos e que são fundamentais na nossa vida.

See you soon!

Cheguei! I´m here in the USA!

Foi bem difícil falar tchau para as pessoas que são essenciais na minha vida e que tornaram tudo isso possível me apoiando de todas as formas possíveis, mas mesmo assim, eu havia me surpreendido. O que eu não sabia é que o drama ia começar um pouco depois, quando eu percebesse que tudo era real.

O voo de São Paulo para Dallas não atrasou [felizmente!] e durou aproximadamente 9 horas. Meu Deus! Fiquei imaginando quem viaja quase 24 horas pra ir do outro lado do mundo. Nove horas já foi suficiente para minhas pernas começarem a doer e pras mãos incharem.

Apenas uma aeromoça entendia português. Quem não entendia um pouco de inglês estava ferrado. As explicações de “como reagir no caso de acidentes” começaram e eram tantas informações que fiquei confusa e desisti de entender – o colete salva-vidas podia estar embaixo do assento, entre os assentos ou embaixo da mesinha de comida. Pelamor! Se o avião caísse só ia me restar rezar, porque do jeito que a lei de Murphy me adora, eu não ia achar o tal do colete e muito menos saber como usá-lo.

Assisti 2 filmes, recusei a janta (que estava com cheiro de hospital), conversei com a Dona Socorro - pernambucana-devagar-quase-parando que estava do meu lado - dormi, levantei… ufa! Finalmente chegamos em Dallas!

Foi lá que comecei a perceber que eu estava mesmo nos Estados Unidos. O aeroporto tem um metrô que parece voador! É o tal do skylink, que liga os terminais/portões de embarque sobre um trilho que passa sobre o aeroporto. Coisa de primeiro mundo.

Lá encontrei a Camila – a outra brasileira que também vai ficar na escola – e fizemos a conexão para Columbus. Lá localizamos o Mr. Larry com uma plaquinha escrito “Marietta College”. Ele foi um anjo da guarda, que nos ajudou com tudo, nos levou almoçar [no McDonald´s, que ironia!] e nos mostrou várias coisas na cidade.

Marietta parece aquelas cidades pequenas que vemos em filmes norte-americanos. O campus é enorme e muito bonito, limpo e organizado.

Fomos recepcionadas e eu fui conhecer meu quarto. Marietta Hall, no. 104. É meio antigo, mas tenho tudo o que preciso - cama, guarda-roupa e uma escrivaninha. Conheci minha roommate e o resto do pessoal que mora no prédio.

Foi quando comecei a desfazer as malas que caí na real de verdade. Pensei: “O que estou fazendo aqui num lugar que não conheço ninguém, que não fala minha língua, longe das pessoas que são importantes pra mim?” Estava me sentindo um peixe fora d´água, cansada, com um calor do cão, olhando aquele quarto bagunçado…. e quando escutei a voz da minha mãe, não teve jeito. Desabei.

Mas, a ajuda vem do lugar que a gente menos espera (não é Lemão?!). A minha parceira de quarto, que eu tinha achado meio avoada e alienada com seu notebook e sua sopa-com-cheiro-muito-estranho, me entregou um lenço de papel em sinal de solidariedade.

Finalmente tomei um banho, me acalmei. Dormi acreditando que as coisas iriam ficar mais fáceis aos poucos. Mas, tenho que confessar, não sei o que eu faria sem essa tecnologia… Internet e Nextel… obrigada por existirem!

P.S.: A minha saudade não cabe no coração!

A última semana

Uma avalanche de sensações tomou conta esse final de semana… as despedidas começaram pra valer.

Uma das mais difíceis (por enquanto!) foi o tchau pra minha vó que estava na cama. Estava fraquinha, mas me deu um abraço tão forte, que foi impossível engolir o choro.

A maioria que me abraçou disse “cinco meses passam rápido, você vai ver” e eu concordo. Mas, dá um aperto no coração cada vez que abraço alguém querido de quem sei que sentirei falta quando estiver longe. É um mix de emoções difícil de explicar - o medo do desconhecido, saudade antecipada, vontade de ir, mas ao mesmo tempo de ficar perto de quem a gente gosta e com quem nos sentimos seguros.

Enfim… o que resta é agradecer por tanto apoio e  pensamento positivo. Essa frase de Carlos Slim Helú, é de uma sabedoria imensa (né Dani!) e fala do que é verdadeiramente importante na nossa vida e se encaixa perfeitamente com que eu estou sentindo agora.

“El exito no se debe a los títulos nobles y academicos que puedas tener, ni a la sangre heredada ó la escuela donde estudiaste.
El exito se debe a cuanta gente te sonrie, a cuanta gente amas y cuantos admiran tu sinceridad y la sencillez de tu espíritu.”

São as pessoas que fazem parte da nossa vida e que amamos que fazem-na tão especial. E são elas nossos verdadeiros tesouros.

 

Vocês são meus tesouros e eu os levarei comigo sempre!

[Os que não estão nas fotos e que sabem que também fazem a diferença, por favor, sintam-se incluídos também :D]

Sinatra e Nat King Cole [para acalmar o coração]

Ando com insônia… algumas vezes acompanhada de pesadelos. Descobri hoje que minha mãe e o Thomas também estão sofrendo do mesmo mal. [Mãe, não esquece que eu te falei que pode me acordar quando não conseguir dormir, pois eu provavelmente vou estar meio dormindo/meio acordada! Já estou com saudade antecipada de você!]

É… a hora está chegando. 9 dias, meu Deus! Com certeza é essa a causa das nossas noites mal dormidas.

Mas, “é preferível a angústia da busca à paz da acomodação”, concordam?! [Amiga, emprestei essa frase do seu orkut, tá?! É que achei que se encaixava perfeitamente aqui!]

Esse final de semana foi o casamento do Rick e da Cinthia, um casal amigo, super queridos. Senti aquele apertinho em ver todo mundo reunido e pensar que vou sentir falta de tudo durante esses 4 meses.

thomasere

Em especial, vou sentir uma falta incrível de você - meu companheiro de todas as horas.

Mas, como somos privilegiados, temos Sinatra e Nat King Cole para deixar nossos momentos ainda mais inesquecíveis e acalmar nosso .

Obrigada por fazer parte da minha vida e da minha história… tudo fica mais fácil!

I've got you under my skin
I've got you deep in the heart of me
So deep in my heart, that you're really a part of me
I've got you under my skin

Unforgettable, that's what you are
Unforgettable though near or far
Like a song of love that clings to me
How the thought of you that stings to me
Never before has someone been more
Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too